segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

As cartas de Tangamandápio



Harry passa mals momentos na casa dos Dursleys, mas  um personagem muito querido do universo de Chaves aparece para lhe apresentar um mundo novo. Pena que os Durseley não gostam muito dele....

                                                               Fonte: chavesweb.com



     As férias de verão estavam indo para o fim. Faltavam talvez três semanas, nem Harry sabia dizer ao certo. Nem as férias nem as aulas o animavam. Nas férias era obrigado a aguentar a companhia permanente dos Durseleys enquanto na escola não tinha nenhum amigo e normalmente recebia o chapéu de burro do professor. As poucas vezes que tinha companhia era quando os Dursleys iam viajar ou passear e o deixavam na casa da Senhor Figg: uma vizinha cuja casa fedia a repolho e ás vezes oferecia a Harry frangos com gosto de velho e o deixava assistir um pouco de televisão. Não era tão ruim, exceto quando ela lhe mostrava as fotos de todos os seus gatos: o Cícero, o Satanás, o Tirolês. Mas os Dursleys não gostavam muito da Senhor Figg. Duda, inclusive, tinha a mania de chama-la de Bruxa sempre que podia.
                Faltava uma semana para o aniversário de Harry. Ele sabia que não ganharia nada, diferente dos vários presentes que Duda ganhara. Até que, numa manhã de segunda-feira, quando ele acordou e foi para a cozinha fazer o café da manhã dos Dursleys, aconteceu o inesperado.
                Toc! Toc! Toc!
                -Papai, tem alguém batendo na porta – disse Duda.
                -Seria a Guida? – perguntou tia Petúnia a Válter.
                -Acho que não, ela disse que só viria mês que vêm – ele olhou com desprezo para Harry – quando esse aí tiver ido para o colégio interno. Deixa que eu atendo – disse levantando da cadeira deixando o resto do café da manhã sendo roubado por Duda.
                Abriu a porta.
                -Pois não?
                Espiando o pescoço, Harry viu uma figura bastante incomum: um homem já bem velho, na casa dos sessenta anos. Tinha bigodes grisalhos, assim como seu cabelo que era coberto por um boné cinza. Tinha um ar risonho e uma barriga farta. Usava óculos e um uniforme cinza.
                -Eu sou o carteiro – disse com uma voz bondosa.
                -Bem, isso eu já vejo – rosnou Tio Válter.
                -E sou de Tangamandápio – disse inocentemente.
                -E o que eu tenho a ver com isso? – resmungou Tio Válter de volta.
                -E me chamo Jaiminho – disse sorrindo.
                -Anda logo! O que você quer?
                -Tenho uma carta para vocês, deixe-me entrar – disse entrando sem cerimônia no hall de entrada da casa dos Durlseys. Mas não entrava sozinho: empurrava uma bicicleta, que apoiou na escada.
                -Meu senhor! – pestanejou Válter já vermelho de raiva – Porque trouxe a bicicleta aqui para dentro? – Tia Petúnia deu um gemidinho ao ver os pneus sujos da mesma.
                -É que se eu deixar ela lá fora me roubam.
                Válter e Petúnia se encararam.
                -Tenho uma carta para o senhor – disse o carteiro.
                -Então o que está esperando? Me dê ela logo.
                -Toma – disse entregando a bolsa.
                -Mas......o que significa isso?
                -Tá aí dentro, é só procurar.
                -Mas por que não procura o senhor?   
                -É que tenho que evitar a fadiga.
                Tio Válter explodia de raiva. Acabou expulsando o carteiro com a bicicleta e tudo, apesar do mesmo protestar que tinha uma carta para eles.
                -Mas e a sua carta?
                -Não me importa mais! – gritou Válter – E fique sabendo que vou avisar o Correio para que o demitam senhor......senhor....
                -Jaiminho
                -Senhor Jaiminho!         
                -Mas e quanto à outra carta?
                -Que outra carta?
                -A carta do senhor Harry Potter. Fui mandado entrega-la aqui.
                -Não tem nenhum Harry Potter aqui! – gritou Válter fechando a porta na cara do carteiro.
                Tio Válter voltou à mesa bufando de raiva.
                -Francamente.... – gemeu ele.
                Harry ficou confuso. Uma carta? Para ele? Uma carta? Para ele? Para ele? Uma carta? Mas que será ? Havia quase perdido as esperanças de que o carteiro voltasse a entregar cartas lá. Mas coisas estranhas começaram a acontecer.
                Naquela tarde, uma pasta igual a do carteiro Jaiminho apareceu na porta da casa dos Dursleys. Tia Petúnia fez questão de jogá-la fora. De noite aconteceu a mesma coisa e ela foi jogá-la na lata de lixo, mas surpreendeu-se ao ver que o saco de lixo fora trocado por uma pasta de cartas.
                No dia seguinte, quando Válter foi ao trabalho, levou consigo sua pasta de negócios. Mas ficou possesso de raiva quando chegou na reunião para mostrar alguns relatórios e viu que sua paste deu lugar a uma pasta cheia de cartas. O mesmo aconteceu com as seis bolsas de tia Petúnia e com a mochila escolar de Duda.
                Nos dias seguintes, a situação ia só piorando. Válter chegou muito atrasado no trabalho pois as ruas da cidade estavam infestadas de bicicletas.  Todas as suas roupas do guarda-roupa foram trocadas por roupas de carteiros. E, na sexta-feira, quase teve um infarto ao ir para o trabalho quando notou que, ao invés de dirigir seu Ford, estava dirigindo uma bicicleta dos correios.
                No fim de semana, Válter teve uma reunião com sua família e Harry e decidiu que iriam viajar. Levou-os para uma cabana em uma ilha no meio do nada estava surtando, não falava coisa com coisa. Naquela noite, ele foi dormir com tia Petúnia no quarto da cabana caindo aos pedaços e deixou Harry e Duda dormindo na sala. Harry nem percebera, mas faltava uma hora para seu aniversário de onze anos.
                Dez minutos
                Cinco minutos
                Um minuto
                Quinze segundos
                5....
                4....
                3....
                2....
                1....
                Pow! A porta da cabana foi derrubada pelo que parecia ser a sombra de uma pessoa muito grande. Ela entrou lentamente pela cabana e gritou:
                -Tá! Tá! Tá! Tá! Táaaaaa!

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