domingo, 6 de janeiro de 2013

O conto dos três irmãos

   Beedle, o Bardo, narra aqui o conto dos três irmãos que se encontraram com Mefistófeles.

Fonte: http://www.diainfo.com.br


                 Conta-se que certa vez, três irmãos estavam viajando por uma estrada deserta e tortuosa ao anoitecer. Depois de um tempo, os irmãos chegaram na margem de um rio muito perigoso para atravessar. Mas os irmãos eram versados em magia e simplesmente conjuraram uma ponte e atravessaram.
                Antes que pudessem atravessá-la totalmente tiveram o caminho bloqueado por uma figura de fraque:
                -Olá – disse com uma voz intimidadora.
                -Noxa – disse o primeiro irmão.
                -Vai dizer que não me conhece? – perguntou ela.
                -Não conhexo voxê, nem a xua exposa – respondeu o primeiro irmão.
                -Mas eu nem sou casado – disse ela.
                -Então por que dexess chifres? – disse apontando para sua cabeça.
                A figura fez uma cara ranzinza.
                -Que que foi, que que foi, que que há? Vai dizer que além dos chifres não viram o meu rabo? – disse pegando o rabo comprido e com uma lança na ponta.
                -Ah, então voxe é um boi? – perguntou o segundo irmão.
                -Não sou! – respondeu a figura.
                -Então quem é voxe? – perguntou o terceiro irmão.
                -Mefistófeles! – anunciou – O diabo, se preferir.
                -Noxa – disse o terceiro irmão -  Voxê é Mexixóxeles?
                -Sim – disse o diabo irritado – Não reparou que ao meu redor há um cheiro de enxofre?
                -Xim – disse – Mas penxei que foxe outra coisa.
    - Estou aqui a mando da morte. Este rio deveria ter levado vocês três como vítimas, mas fico surpreso com seu talento.
                Era tudo uma mentira de Mefistófeles para punir os irmãos por terem escapado dele. Mas ele fingiu que gostara deles e propôs dar um presente para cada um deles.
                O primeiro irmão pediu a Mefistófeles a varinha mais poderosa do mundo. E, com uma varinha de sabugueiro, ele a preparou: o Chirrin-Chirrion do Diabo, objeto capaz de conjurar qualquer coisa com a palavra "Chirrin" e fazer desaparecer qualquer coisa com a palavra "Chirrion'.
               O segundo irmão queria humilhar Mefistófeles e pediu a ela algo capaz de reviver os mortos.
                -Uma Pedra da Ressureição! – exclamou ele.
                -Não é uma pedra, é um Aerolito da Ressureição – corrigiu Mefistófeles.
            Já o terceiro irmão foi mais humilde e pediu algo que o permitisse sair dali sem ser perseguido por Mefistófeles. Irritado ele pegou um balde de seu Verniz Invisibilizador e passou na capa do irmão mais novo.
                Depois disso, os três irmãos tomaram cada um um rumo diferente na vida.
               O primeiro foi a um povoado onde usou seu Chirrin-Chirrion do Diabo para apagar inimigos e conquistar riquezas. Mas ao tentar usar o Chirrion (palavra que apagava as coisas) contra um bruxo acabou sendo apagado por engano. Assim, Mefistófeles conseguiu sua primeira vítima.
                O segundo tentou usar o aerolito para reviver sua noiva. Mas ela reviveu fraca, cansada e sem vontade de viver. Então ele precisou tirar a própria vida para se encontrar com ela. Assim se ia a segunda vítima de Mefistófeles.
                Já o terceiro irmão sempre foi caçado por Mefistófeles, mas ele nunca conseguiu o achar, devido à magia do Verniz Invisibilizador. Só quando atingiu uma idade avançada que o irmão tirou sua capa, deu ao seu filho e permitiu que Mefistófeles levasse sua alma como quem leva um velho amigo para beber.

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